"Você tem de cometer erros para
descobrir aquilo que não é."
Margareth Thatcher
Dia da Mulher, elevo pensamento e sentimento na intenção das mulheres que lutaram e sofreram e morreram para que todas tivéssemos vida melhor. À elas, respeito e gratidão.
...e penso nas mulheres que fizeram ou fazem parte da minha vida e que, de um jeito ou de outro, me tornaram o que sou. Com algumas aprendi a ser, com outras a não ser. Filha única com três irmãos ao redor, sentia falta de uma irmã. Teve um tempo em que eu acreditava que, se tivesse um casaco de lã azul marinho com botões dourados e martingale - e uma irmã (nessa ordem) - eu não precisaria de mais nada para ser feliz. Não tive nenhum dois dois e cedo percebi que possuir o casaco era mais fácil do que ter a irmã. Depois, moça, tive uma irmãzinha que chegou já nascida e que fez a nossa alegria, da casa inteira. A vida flui, as coisas passam... hoje, madura, sei que devo muito do que sou à mãe que tive - que se foi tão cedo - e que foi dela que aprendi a não me vitimizar nunca. Era ereta, a minha mãe. Com minha avó, que passava longas temporadas na nossa casa, aprendi a ser resiliente, a começar de novo. Da outra avó, paterna - esparramada em ternura - com quem convivi muito pouco e, por isso mesmo absorvi tudo o que pude, aprendi que a vida não precisa ser tão dura, mesmo que seja. É preciso olhar em volta, mudar o foco. Sempre funciona.
Com minhas filhas, íntegras e fortes aprendo mais de mim, e me orgulho e me enterneço porque sei que posso contar com elas como elas sabem que podem contar comigo. E fico feliz quando rimos juntas. Rir com os filhos é a confirmação de que acertamos mais do erramos.
E com as amigas, as que a vida separou, mas que continuam tão em mim, porque nossos caminhos se confundem e nem sempre sei se isso ou aquilo de que me lembro é meu ou delas. As que foram surgindo na confluência de interesses, que me cativaram e que cativei e com quem - como a raposa e o principezinho - começo a ficar feliz pela expectativa do encontro e, quando a hora chega, estamos alvoraçadas de felicidade. Com elas gasto a vida sem economia, mas com critério. Não é mais tempo de desperdício.
São muitas as irmãs que tenho. O casaco, faz tempo que não quero mais.
E com a minha neta, com quem aprendo a ser melhor do que eu, desde o primeiro instante em que a vi.
Essa foi a homenagem às mulheres, inclusive a própria, mais linda e profunda que eu li. Só que fiquei pensando no casaco, que saiu sem nunca ter existido.
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ExcluirNão fico confortável com o termo "empoderamento feminino", porém acredito na força da mulher dona de si.
ResponderExcluirQuanto ao casaco, passou, deixou de ser importante, como muitas coisas que achamos imprescindíveis na vida.
Muito lindo e verdadeiro seu texto.
ResponderExcluirOi querida, obrigada, No fundo a vida é isso. Apoiar, servir de apoio, acreditar sempre. Beijo.
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ExcluirTeu texto me emocionou.
ResponderExcluirObrigada!
Teu texto me emocionou.
ResponderExcluirObrigada!
Creio que somos verdadeiros quando conseguimos passar o que sentimos. Ter emocionado você significa que consegui o objetivo, do modos que te agradeço por isso. Não ficou ponta solta.
ExcluirVc e Sensibilidade andam juntas.
ResponderExcluirN.I.
Obrigada, querida. É preciso sensibilidade, também, para perceber isso.
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