domingo, 23 de junho de 2019

Imprescindível Sonhar

O Amor não é um sentimento
É uma habilidade.
               Alain de Botton


Acordou cedo no domingo todo seu. De compromisso o sol e a brisa. E se apossou das horas para gastá-las sem marcar o tempo e quis dormir mais um bocadinho, então dormiu e sonhou um sonho sem pressa, com começo, meio e fim.

Sonhou que estava na companhia de duas amigas e que entraram  de carro dentro de um restaurante bonito até encostar na vidraça que separava a sala de refeições da recepção. Quem dirigia era a mais cuidadosa das três, a que andava devagar, sempre dava sinal, abria a janela lateral e acendia as luzes ao entrar nos lugares. O carro parou suavemente em frente à parede envidraçada que separava os dois ambientes. E então o carro não estava mais lá e elas foram encaminhadas à mesa e o garçom apareceu diante delas e solícito, perguntou: Em que posso servi-las?
(Numa lista de 10 melhores perguntas, esta tem meu voto número 1).

Vinho escolhido, feito o pedido, acomodadas nos confortos de cadeiras perfeitas, luz cálida, música suave, sorveram o vinho e o momento. Então ela olhou em volta e todos os seus que já tinham se ido, uns muito cedo, outros nem tanto, olhavam para ela e sorriam e dançavam e jogavam beijos e simulavam abraços. Suspensa no tempo olhou um a um e sorriu de volta. E eles desvaneceram devagarinho e ela ficou feliz e acordou com o eco do próprio riso.
Passou o resto do dia se sentindo bem.
                                                         
                                                                  FIM