I
Tranca a porta da frente com duas voltas na tetra.
A janela do quarto está com a trava quebrada.
Amanhã ela conserta e amanhã chega e passa. A porta está trancada e a janela aberta.
Está tudo certo, não é assim que Deus funciona?
II
Ela nunca fecha nenhuma tampa direito
Faz assim com o coração, uma fresta, um intento,
Não estaciona, transita, e a si mesma visita
Será costume ou defeito?
III
As amigas a chamam por versões do seu nome
São tonicidades diferentes, corruptelas, diminutivos contentes
O nome mesmo, da certidão, só oficialmente
Será que é porque se sabem muitas, cada uma um continente?
IV
E então a amiga liga e no meio da conversa
Assegura, decidida, à outra, imersa em dúvidas:
Aproveite os petiscos que a vida põe no caminho!
E não é de pedacinhos de que a vida inteira é feita?
V
Oi, linda, tudo bem, princesa? Quero te conhecer, sentir seu cheiro, seu gosto
Sonhei com você esta noite, um sonho bom, delicioso
Quanta bobice, quanta chatice! A internet, veloz, não merece a cafonice.
A chamasse de mulher ela ia.
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