segunda-feira, 27 de março de 2023

O Encontro dos Rio-Sulenses

Sábado aconteceu o Terceiro Encontro de Rio-Sulenses no Litoral, em um Beach Park, em Cabeçudas. A pandemia alongou o espaço entre o segundo e este. É o meu primeiro. Fui contaminada pelo entusiasmo da minha amiga Elci Dolores Fronza e confesso que estava temerosa. Saí de Rio do Sul há quase cinquenta anos e, enquanto as famílias viveram lá, voltávamos sempre que era possível. Com o tempo, as distâncias e, principalmente as perdas, fizeram com que a alegria de voltar se tornasse cada vez mais esparsa.

Chegamos quando a maior parte das pessoas já estava se apresentando umas às outras. Optei por me apresentar como filha. Acredito que citar os que se foram é a melhor forma de reverenciá-los. Existem, a cada vez em que falamos neles. Meu pai foi corretor de seguros e pela vida toda foi um apaixonado pelo Concórdia e minha mãe uma tricoteira criativa e talentosa. Eram pessoas conhecidas e queridas na cidade. Os mais velhos me reconheceram através desta referência e os mais novos lembravam de mim quando eu citava os meus irmãos. E contavam histórias sobre eles, sempre com saudade e emoção. Tenho uma amiga que diz que "não somos filhas de chocadeira," sabemos de onde viemos, o que nos permite achar o caminho de volta pra casa, o lugar de pertencimento.

O primeiro reconhecimento foi com  grupo na mesa ao lado. Começava o alvoroço! Em algumas situações a procura era recíproca e instantânea, o que gerava alegria e felicidade. Em outras, agíamos com a mesma cautela da pessoa que sabia que nos conhecia, e ambas precisávamos de mais informação para nos colocar num mesmo lugar do passado. Feita a liga, o contentamento  era imediato, o que me fez lembrar que o passado é um lugar, não um tempo.

Penso que em reuniões deste tipo é necessário um preparo emocional que nos capacite a enfrentar um carrossel de emoções e não ceder à melancolia por um tempo supostamente perdido. Trazemos em nós o vivido, está aqui, é parte do que somos. E falamos nos amigos que já partiram, com saudade e também alegria. A saudade funciona assim, seleciona só o que foi importante, provocou riso e nos deu repertório. 

A organização estava impecável, não houve carência de nada e nem excesso de coisa alguma. As bandas - sim - foram duas bandas maravilhosas que, incansáveis, elevaram o nível da festa. Era lugar aberto, num dia ensolarado e eu me diverti como há muito tempo não acontecia.

Estão de parabéns os envolvidos que tornaram o evento possível em um clima de amizade e simpatia. Em primeiro lugar cumprimento os organizadores, claro, mas também todos os participantes que foram com a intenção de confraternizar. E assim fizemos.

Foi uma Festa de Arromba!

   



                                              




Um comentário:

  1. Confraternizar é muito bom! Eu sou riosulense.Quem pode participar?Adorei a imagem. ABRAÇOS

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