outra parte se sabe de repente."
Ferreira Gullar
No dezembro que adquiriu velocidade própria e que, numa vertigem, nos colocou lá, no primeiro dia do ano novo em praias cheias de restos e lixos, o que fizemos com os 31 dias do mês passado no automático? Desperdiçamos, no frenesi de gastos e desgastes, as 24 horas que continuaram a compor o dia?
Persigo sentido e quero qualidade para usar o tempo que é meu com alegria. Tomo consciência de mim para sentir o prazer da vida, ali, onde ela acontece. Para conseguir isso me coloco como espectadora nesse afã de shoppings e filas, e me vem uma paz como nunca senti antes. Quero, neste fim de ano, confraternizar com as pessoas que me importam, com excelência e afeto. Estocar alegria para resgatá-la quando a vida me colocar contra a parede. Ando egoísta eu, e ando exigente. Escolho relações - oh! privilégio! - nas quais confio e que confiam em mim. Despojada de certezas que se esvaíram, trago a alma leve e limpa. Só cabe coisa boa nela. Não sabemos de quanto tempo dispomos, mas podemos fazer o que estiver ao nosso alcance para que este tempo valioso seja gasto com a melhor qualidade possível.
Acho que esta é uma boa definição do que seja luxo.
Uma foto postada numa rede social por uma amiga minha me emocionou ao ponto de eu largar tudo o que estava fazendo e escrever, de um fôlego só, este texto que - espero - estejam lendo... a foto é assim: minha amiga bonita está, junto com o pai de 94 anos, em frente a árvore de natal, linda, montada pela irmã. Estão ótimos, ambos, mas o que me comoveu foi o senhor, digno e firme, orgulhoso em dar o braço à filha, numa eloquente alegria pela festa que vai compartilhar com a família.
Nesse momento, a festa de natal fez sentido.
É o que desejo para cada um de nós neste dezembro. Que a gente possa participar de festas boas e que as pessoas ao nosso redor, aquelas com quem estamos erguendo brindes e dividindo perus e presentes sejam importantes em nossa vida, as que respeitamos porque nos respeitam e que são necessárias para que sejamos melhores e mais felizes. Parentes ou não. Familiares ou não. Que nos unam os laços invisíveis do amor e da cumplicidade e que o prazer de estar junto seja a força motivadora da nossa alegria. Que não nos sujeitemos - nós, os que aprendemos a dar valor ao tempo que nos pertence - em participar, forçados por conveniências que não são nossas, de festas onde não nos sentirmos acolhidos. Devemos usar, sem parcimônia, o "direito adquirido" que a idade nos concede para escolher o que nos proporciona conforto e diversão.
Nesse momento, a festa de natal fez sentido.
É o que desejo para cada um de nós neste dezembro. Que a gente possa participar de festas boas e que as pessoas ao nosso redor, aquelas com quem estamos erguendo brindes e dividindo perus e presentes sejam importantes em nossa vida, as que respeitamos porque nos respeitam e que são necessárias para que sejamos melhores e mais felizes. Parentes ou não. Familiares ou não. Que nos unam os laços invisíveis do amor e da cumplicidade e que o prazer de estar junto seja a força motivadora da nossa alegria. Que não nos sujeitemos - nós, os que aprendemos a dar valor ao tempo que nos pertence - em participar, forçados por conveniências que não são nossas, de festas onde não nos sentirmos acolhidos. Devemos usar, sem parcimônia, o "direito adquirido" que a idade nos concede para escolher o que nos proporciona conforto e diversão.
Feliz Natal! E um Ano Novo mais fraterno e mais justo para todos.
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