terça-feira, 25 de setembro de 2018

Minha Amiga Me Ligou!

"Aprendi  com as primaveras a deixar-me
   cortar e a voltar sempre inteira."
                               Cecília Meireles


A semana começou animada! Dois eventos parecidos à partir da terça feira. O primeiro foi a festa de apresentação das madrinhas de um Clube de Serviço Internacional, tradicionalíssimo. A função delas era somar esforços para a arrecadação de fundos para as campanhas sociais do Clube. A atual pretende custear exames e óculos às crianças carentes de visão e de recursos. Minha amiga era uma delas e convidou-nos para acompanhá-la.

Fomos recebidas com espumante e fotógrafos.Toalhas brancas e flores frescas antecipavam a primavera e conferiam cor e beleza ao salão do evento. Estandes exibiam produtos do forte comércio da região e atraiam o olhar como um imã. Jovens modelos apresentaram um desfile com a moda primavera/verão e a dúvida era saber se as moças ornavam as roupas ou se as roupas ornavam as moças. Um grupo de folclore russo apresentou um show de danças típicas. Os trajes, um espetáculo à parte.

Depois desfilaram as madrinhas! Um ajuste no olhar me permitiu enxergar a graça, a alegria tímida daquelas mulheres que tiveram poucas ocasiões de desfilar.. Minha amiga não deixou por menos. Adentrou a passarela de vestido pink curto e esvoaçante e, com um sorriso incandescente ofuscou os mil brilhos do  Stiletto que exibia com competência. O sorriso, de orelha a orelha, ofuscou o sapato!
Ela - só alegria - mandava o recado: Olha eu, estou aqui!
Lanche farto e esmerado fechou o evento.

No outro dia, outro lanche, também beneficente,  mais descontraído, num Hotel à beira do mar da Penha, outra praia linda no litoral de S.C. "abençoado por Deus e bonito por natureza."
Saímos cedo para aproveitar a tarde inteira. Nos perdemos assim que chegamos! Minha amiga sabia que o hotel tinha pedra no nome e decidimos perguntar, não sem antes criticar "os homens que morrem, mas não perguntam".

No primeiro lugar em que paramos perguntamos a um morador se sabia onde era o" Hotel Recanto das Pedras"  ao que ele prontamente respondeu, Passei lá de manhã ! Vocês tem que voltar e seguir toda a vida, toda a vida e lá adiante se informar de novo. Depois de uns 8 Km, o GPS deu sinal de vida e nos levou até a Pousada Recanto das Pedras, fechada, parece que não funciona no inverno. Retornamos para a rua principal e uma moradora nos informou que  o Hotel "Pedra da Ilha" ficava logo depois do "Alírio", é só quebrar a esquerda. e ir reto toda a vida, toda a vida que chegaríamos lá. Não nos ocorreu perguntar o que/quem era o Alírio e seguimos adiante. Paramos de novo e perguntamos a dois rapazes se sabiam do Hotel Ilha de Pedra que tem suítes temáticas, tipo da África, do Havaí, e que ficava depois do Olímpio. Os rapazes nos olharam como se estivéssemos loucas e  hã?  A gente não sabe.

Não encontramos o Alírio nem o Olímpio e nem o Hotel .Acertadamente concluímos que perguntar nem sempre dá certo, ainda mais quando não se tem certeza do que se pergunta. Eis que surge um Posto da Polícia Militar à direita!  Minha amiga desceu do carro e, maltratando o salto agulha  na brita que cobria o patio voltou com o policial que nos informou:
O  Hotel " Pedra da Ilha" fica há uns 8 km em linha reta. Agradecemos  e seguimos. Depois de uns  quatro km o  GPS  ressuscitou e nos informou que estávamos a cinco km do destino e nos orientou até o fim. Estacionamos, aliviadíssimas! O gerente saiu do Hotel e nos avisou que o estacionamento reservado ao evento era o segundo, à partir daquele. Erramos a entrada. Coisa pouca, corrigida no ato.

O lanche estava em plena ebulição! Chegamos na hora do café, farto como sempre, e participamos do sorteio de brindes. Ganhei uma roupinha de bebê, que dei pra ela cujo neto está para chegar ainda neste setembro. Benvindo, menino! Você terá uma avó que, no fim das contas, acerta os caminhos... A gente avança e às vezes recua, em tantas retorna e refaz a rota, em muitas se perde e, nesse vai e vem, acaba chegando. Que chato seria viver em linha reta, sem ter a experiência de ver melhor e de sentir diferente a mesma trilha...

Ela acabou de me ligar. Avisou que tem jantar amanhã  na casa de outra amiga, sabe aquela, que mora naquela rua que tem uma árvore bem grande em frente ao prédio?
Vamos de uber, só falta saber o nome da rua e o número do prédio.
A responsabilidade de seguir reto, reto, toda a vida, é do motorista...


10 comentários:

  1. Boa maneira de relatar bons momentos com amigos...

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    1. Obrigada, Date. Você sabe que sempre se chega... é só ir reto, reto toda a vida e corrigir a rota sempre que for necessário.

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  2. Ri bastante. Muito bem humorado.
    Parabéns pelo centésimo.

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    1. Obrigada! Sabemos que o seguir reto, reto, toda a vida, não é folclore. É a realidade nessa terra tão boa, tão nossa.

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  3. Que maravilha! Amigas que nos ensinam a viver mais "leve".
    Texto muito divertido.
    N.I.

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  4. São de pequenos momentos que criamos boas estórias. Parabéns amiga. Muito bom o texto.

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    1. Obrigada, amiga. Felicidades são assim...é necessário prestar atenção.

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  5. É mesmo, Vera, é só prestar atenção no entorno.

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