INSÔNIA
No instante em que o dia pesa e a noite assombra
E a insônia, parceira antiga, chega e se instala,
(é pontual, a intrometida, vem às três horas)
O olho arregala, coração dispara, o tempo é dela.
Levanta, alerta, não permite que se deite
E que profane lugar sagrado de encontros bons
Apanha o robe, vai pra cozinha, ela na frente
Sabe o caminho, a indiscreta, sabe dos dons.
Prepara chá, tília e cidreira, mesma infusão,
Escorre quente em duas xícaras, segura a sua
E a fingida, olho no olho, não fala nada
Respira fundo, engole o chá, o seu e o dela
Não vai dizer, esclarecer, já que não dorme?
E a empurra, determinada, pela janela.
Que agonia.
ResponderExcluirOh céus!
ResponderExcluirIntrometida, indiscreta, fingida... você arrasou com ela. Tomara que não volte!
Brilhante.