segunda-feira, 1 de junho de 2020

O Amor Mais Fácil



Uma amiga me conta que vai usar o seu blog novo para escrever cartas às inúmeras amigas que conquistou pela vida.
Mulher madura e viajante assídua é do tipo que, quando conhece alguém - estabelecida a liga pelas parecenças que tem com a outra pessoa - não mede esforços para estreitar os laços. Não desperdiça chance de se expandir em uma amizade nova.
Conta que foi mais de vinte vezes a um país para rever amigos que fez por lá. Amizade consolidada, hospeda - se na casa deles e os recebe na sua, pouco importa a distância que a geografia lhes impõem.

Ativa, atua em vários e diversificados grupos. Tem a tarde do voluntariado, que acaba um pouco antes da aula de canto que foi onde a conheci. A semana é preenchida por mil atividades diferentes.
Recentemente organizou uma campanha para arrecadar cobertores para um grupo de imigrantes que sofre com o frio de Curitiba. Fez tudo pela internet, disse.
Avó, reserva um espaço importante para atender os netos sempre que é preciso.

Brinquei que faltará vida para tanta carta.
Ela me informa que já escreveu a primeira e que a leu para a destinatária. Explica que o Blog ainda não estreou oficialmente e me pede sugestão para nomeá-lo.
Diz que vai sossegar um pouco, um tanto pela força que o isolamento nos impõe, em parte porque andou se atrapalhando com os quadris, o que foi um perrengue danado porque, estando de visita a uns amigos na Argentina teve de voltar às pressas, em uma logística complicada, pois a cidade ficava longe do próximo aeroporto. E ficou de molho o verão inteiro para se recuperar do estrago.

Nem pode passar uns dias na Praia do Pinho que, aliás, frequenta  desde sempre. Comento que, talvez, ela não deveria ter subido tudo a que teve direito na viagem a Machu Pichu e ela diz que não, é acostumada com aventuras. Alega que não se sente velha e eu respondo que ninguém se "sente" velho. Não fomos velhos antes então não temos como saber. Mas é sensato - e necessário -"saber-se" velho e reconhecer as próprias limitações.

Achei bacana a iniciativa dela de escrever com o coração para homenagear as amigas. Roubo-lhe a ideia e a homenageio com a carta que ela não irá escrever.
É alegre, positiva, prestativa e intensa.

A amizade é o tipo de amor que nos dá alento, ombro e troca. O amigo nos acolhe e nos aceita.
Então, o nome que sugiro para o blog  é o mesmo que nomeia esta crônica.
Fique à vontade, minha amiga.

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4 comentários:

  1. Amei as palavras,sabe que te admiro, pela garra, pela parceria, pelos nossos encontros. Hj! Só saudade, foram momentos gloriosos, ainda bem que os vivemos. ,escreve com muita leveza. Aqui estou,feliz,vou adotar a sugestão.Dias melhores,com esperança, virão.Obrigada Clevitia. Beijo grande no coração.

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  2. Ter bons amigos, sempre é muito bom !! Quando têm boas experiências, melhor ainda !

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