segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

O Show Que Nos Tirou do Chão

"Tem um aviso na porta do meu coração:
  Quem não canta conforme o ritmo da casa,
  Não perca tempo tocando a campainha."
                               Maria Bethânia


Hoje é dia de ressacas porque, depois do esforço, do estresse, dos ensaios repetidos à exaustão acordamos com o som do celular a nos anunciar as repercussões da apresentação que a "nossa "  -  pronome possessivo que nos insere e acolhe - Paideia Escola de Música - já tornou um clássico de final de ano. Regentes e cantores, instrumentistas, organizadores, técnicos, todos aprendizes dessa maravilhosa expressão que desmancha fronteiras e desmantela preconceitos -Ela, A Arte - em todas as sua manifestações, é o que nos redime e nos alforria da dureza do dia a dia. E  nos humaniza e enriquece.

Tempos duros são propícios às artes. Ouso acreditar que as civilizações persistem por causa das criações artísticas que reagem ao bruto, ao escuro. Individualmente é essencial resgatar o sentimento particular  da emoção. É ela que nos permite entender quem somos, o que queremos e o que nos impulsiona, nos impele a prosseguir. A emoção, esta moça que anda de mãos dadas com a ilusão é necessária como o ar que respiramos.

Nosso Grupo Vocal - o Tempo Certo - apresentou duas músicas: a primeira, da grande sambista Dona Ivone  Lara fala sobra a força da imaginação - a que vai lá, chega lá ... e que concede a oportunidade a quem canta e a quem ouve de imaginar o que quiser e lhe fizer bem.
Imagino Dona Ivone entrando no céu e pedindo licença a São Pedro  que lhe responde: entra Ivone, você não precisa pedir licença...
Peço licença eu, ao querido Manuel Bandeira que, suponho, não se importaria com a troca de sua Irene pela nossa Ivone. Quero crer que Ivone tem o aval dele, também. E, como a imaginação me permite, penso que os três, junto a São Pedro, estejam versejando e cantando.

A segunda música que cantamos é a resposta bem humorada de Lenine ao Zeca Pagodinho e a sua clássica Deixo a Vida Me Levar.  Com o tema de Quem leva a Vida Sou Eu o artista complementa
o argumento do colega e fecha a questão.

A mistura da disposição dos dois é o que nos permite ir administrando, escolhendo e ir tocando a vida e seguir em frente, enfim...mas aí já tangemos as artes de Renato Teixeira... fica a dica....

E somos gratos, todos nós, os envolvidos, ao" respeitável público", que nos prestigia e aplaude!





4 comentários:

  1. Tuas palavras traduzem profundamente toda emoção que deve ter tomado conta de todos. A arte e o que de fato vale a pena. Parabéns pela dedicação e o resultado e tuas poucas palavras que transmitem toda emoção que foi.

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