domingo, 29 de maio de 2016

Realidade e Caixinha de Jóias

É exaustivo organizar, arrumar, nos instalar num novo lugar e arrumar de novo a casa e a vida. Essa labuta que nos ocupa o tempo inteiro  não deixa espaço para mais nada. Ficamos tão envolvidos por ela que não sobra nenhum tempinho para pensar nossos sonhos e, além de pensar, nos mover nos sentido de realiza-los.

Nas situações difíceis pelas quais todos nós passamos na vida, nessas horas em que nem faz sentido sonhar, quando precisamos usar toda a nossa energia para resolver problemas e ir levando a vida do jeito que dá. Nessas horas, devemos  guardar nossos sonhos numa caixinha de jóias, daquelas lindas, de boas joalherias, e coloca-la num lugar especial dentro de nós. Não gosto de guardar sonhos em gavetas ou pastas. Gavetas, porque quase sempre são bagunçadas, guardam barbante e esparadrapo e não se prestam para acomodar delicadezas. Pastas, porque são tão formais e antissépticas que os sonhos, com certeza, ficariam espremidos ali.                                        

Caixinhas de jóias, não. Quase sempre são de veludo e envolvidas com uma fita bonita de laço perfeito. Ao serem abertas revelam surpresas. Acredito que é isso que acontece com os nossos sonhos guardados nelas. Um belo dia quando a coisa toda passou e a vida segue seu rumo com mais calmaria, pegamos a caixinha e, ao abri-la, somos surpreendidos por um sonho novinho em folha que faz todo o sentido porque ressurgimos numa nova versão, também novinha em folha.



Um comentário:

  1. Ah uma nova versão, isto sim é uma boa! Gostei.
    Quem sabe uma nova edição, revisada, atualizada e muito, muito melhorada.

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