segunda-feira, 25 de julho de 2016

Moderno é Envelhecer Bem

Saio para caminhar levando lenço, documento e trocado no bolso. Prefiro os dias de sol e brisa leve. Dias amenos. Não corro e não exagero no percurso. Conheço os caminhos, sei dos desalinhos da calçada. Olho onde coloco os pés e, mesmo assim, às vezes levo uns tombos e me esfolo e me machuco. É o imponderável que nos alerta que a estrada é a mesma, mas a jornada é outra.

Enfrentar ventanias, só se forem absolutamente incontornáveis. Às vezes, basta virar a esquina, em outras é necessário sair da sala. Preservar-nos deve ser foco constante até que fique amalgamado na nossa natureza.  Muito do que acontece no entorno não é assunto nosso e, se nos colocarmos em segundo plano, logo veremos que as coisas se resolvem sem a nossa interferência. Aprender a sair de cena nos dá liberdade e, pasme! nos torna mais visíveis.

Disponibilidade sem nenhum limite é outro comportamento que precisamos reavaliar. Nosso tempo é precioso porque é mais curto e nos cabe gastá-lo com cuidado redobrado. Trocas de afetos sinceros e na companhia das pessoas certas é divertimento garantido.

E se nos for permitido fazer um pedido, façamos ao destino - o mais imprevisível dos senhores - que não faça nada, apenas não altere a ordem natural das coisas.



2 comentários:

  1. ..."Aprender a sair de cena nos dá liberdade e pasme! Nos torna mais visíveis " Lindo e verdadeiro, Clevia. Só a maturidade nos ensina isso.

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    1. Sim, acredito que o maior "ganho" da maturidade seja justamente isso, a conquista de uma liberdade sem alarde. De dentro para fora.

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