Já mudei muitas vezes. De estado, de região e de cidade. Moro em Curitiba há muitos anos e este é o meu sétimo bairro e gosto disso. Ouço frequentemente, pessoas dizerem "ah, não consigo me imaginar em outro lugar, tenho tudo aqui e todos me conhecem e eu os conheço. Tenho amigos, de quem sei o nome, conheço a família, sei onde moram". Concordo e entendo, mas temos de nos ajeitar com o que a vida nos oferece.
Cidades tem características próprias que as distinguem e personalizam; contém, dentro de si, bairros distintos, diferentes uns dos outros e que contribuem para a diversidade, rica e necessária, que, por sua vez, empresta ao todo parte da identidade que o caracteriza.
Cheguei aqui no tempo certo. Bairro de moradores antigos e de senhorinhas gentis que me cumprimentam no elevador e no mercadinho e me absorvem como parte, nada sei de particular sobre elas e elas nada sabem de mim.
O que distingue este bairro é a gentileza à moda antiga, a educação cálida e discreta que não exagera e nem se esparrama, do tamanho exato para nos deixar confortáveis. Se aprendemos alguma coisa ao longo do percurso, sabemos da importância das pequenas gentilezas, das breves atenções sinceras. Chegam, quase sempre, de onde não se espera e nos faz muito bem. O que ainda precisamos aprender e, de tão difícil, penso que não aprenderemos nunca, é não esperar olhar atento e tempo investido, de quem achamos que podemos esperar.
Ah que prazer de leitura!
ResponderExcluirSempre me encontro nestas linhas... .
Muito bom.
Cara amiga, texto agradável que faz a nós transeuntes, pensar no valor de pequenos gestos, tímidos sorrisos e discretos cumprimentos serem entendidos e apreendidos em seu tempo certo.
ResponderExcluirVeja só a demora! estou aprendendo a responder!!! Obrigada, amiga!
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